Reabilitação de Conjunto Edificado em Argomil
Reabilitação de um conjunto edificado que ocupa na íntegra um quarteirão localizado no centro da aldeia de Argomil, no distrito da Guarda.
O quarteirão é ocupado, a Norte, por um volume de dois pisos com varanda alpendrada orientada a Sul, que se prolonga até ao quintal de encontro a um segundo volume que se desenvolve a partir do muro que limita o terreno a poente. Entre estes dois volumes, protegido do vento, encontra-se o pátio.
O primeiro volume, destinado originalmente a habitação no piso superior e à recolha de animais e celeiro no piso térreo, aparenta ser o mais antigo. O segundo destinava-se exclusivamente ao apoio das actividades agricola e pecuária.
A volumetria, a organização funcional e as técnicas construtivas enquadram-se na arquitectura tradicional da zona, destacando-se alguns elementos da construção, como os bancos “conversadeiras” e a guarnição de dois vãos no piso superior, que indiciam uma origem de há vários séculos atrás.
O conjunto é construído com paredes exteriores, interiores e escadas em alvenaria de granito e algumas paredes interiores do primeiro andar em tabique.
O pavimento do piso térreo era, em quase todos os compartimentos, constituído por solo compactado sem revestimentos, e o do piso superior em madeira. A estrutura das coberturas era igualmente de madeira revestida com telha de canudo.
A intervenção visou adaptar todo o conjunto edificado, incluindo as zonas anteriormente destinadas ao apoio à agricultura e pecuária, a habitação unifamiliar.
Foram realizadas previamente acções de inspecção e diagnóstico que permitiram aferir o estado de conservação dos elementos construtivos, sendo assim possível prever (em fase de projecto) a manutenção da maioria dos materiais existentes, tais como, a totalidade da alvenaria de granito nas paredes exteriores, que foi consolidada, e parte da madeira da estrutura dos pavimentos e da cobertura.
Foram substituídos, o revestimento das coberturas (por material idêntico ao existente, telha cerâmica de canudo) e as caixilharias dos vãos exteriores (de forma a dar cumprimento aos requisitos de conforto térmico).
FICHA TÉCNICA:
DONO DA OBRA: José Lopes Marques | COORDENAÇÃO E ARQUITECTURA: Roth Projectos / Coordenação: Diana Eibner Roth / Colaboração: Pedro Loureiro, Mário Lopes, Sofia Rivas | ESTABILIDADE: NCREP / Alexandre Costa, Luís Ferreira |ENGENHARIAS: Engiprior / Hidráulica: José Saraiva / Electricidade / Telecomunicações, SCI: Manuel Fanica / Climatização, Ventilação, Térmica: Mário Santos / Acústica: José Afonso | FOTOGRAFIA: Sofia Rivas, Diana Roth | DIRECÇÃO DE FISCALIZAÇÃO: Ricardo Pereira | EMPREITEIRO: Edmundo Pereira Marques, Unip.